Vem,vem, não precisa se esconder
Porque com o Álibi não tem nada a perder
A vida é assim mesmo, violência, muita estática
Venha comigo nessa viagem fantástica
Mil novecentos e noventa e sete
Ano nacional do movimento rap
Mais uma vez unidos sempre com vocês...
Em 1997 o grupo de rap Álibi lança o disco Pague pra entrar e reze pra sai. As músicas desse álbum, em geral, versam sobre um cotidiano sofrido.
O que esse fragmento relata? Considerando os limites desse trabalho, penso ser possível retirar dele o que talvez o rap apresente de mais significativo:a possibilidade de uma "viagem fantástica" que perpassa lugares e tempos específicos.
Ei, DJ KL jay
Vila Mazzei, eu sei,
É de lei, daquele jeito
A mili ano representando,
Envolvido, fazendo efeito
Mil novecentos e oitenta e quatro,
Parece que foi ontem
Dezessete anos,
Que a gente se conhece
Você faz parte da minha vida
Assim também como o rap
Em 2001, KL jay reuniu velhos conhecidos seus pra gravar um disco duplo, Equilíbrio ( a busca) KL jay na batida v.3
Esse trecho transporta o ouvinte, mesmo que rapidamente e sem mais referências, para os anos de 1980.
Um começo inesperável
Batendo em latas de lixo
E hoje estamos aqui
(Nos orgulhamos disso)
A responsabilidade é nossa
E a alegria é sua
DJs, MCs e dançarinos de rua
A cada dia que passa aumenta a nossa família
Nos transmitindo assim
Novas energias
[...]
Anos oitenta
A grande surpresa do século
A musica renascendo
De um jeito bem sincero
A trajetória informal ( ou não premeditada em sua totalidade) dos princípios da prática do rap no Brasil está estampada em vasta documentação, e momentos dessa história são também recordados por Thaíde em algumas de suas composições, como é o caso de "Verdadeira história" de Thaíde e DJ Hum LP Brava gente.
Trechos tirados do livro Rap e Política - RobertoCamargos
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